31.1.25

Inovação, autoconhecimento e comunidades tradicionais: saiba como foi o último dia de apresentações no VII Simepe

Confira depoimentos de representantes das unidades de Muriaé, Santos Dumont e Bom Sucesso

O dia final de apresentações de trabalhos técnico-científicos no VII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão trouxe diversas perspectivas sobre o que os projetos desenvolvidos no IF Sudeste MG podem oferecer à sociedade e aos próprios integrantes de suas equipes. Na quinta-feira (30 de janeiro), encontramos nos pôsteres expostos no Campus Juiz de Fora histórias que envolvem novas práticas pedagógicas, autoconhecimento e valorização de comunidades tradicionais.

Gamificação

O uso de elementos de jogos em ambientes educacionais é uma tendência contemporânea para motivar e engajar os estudantes no aprendizado de diversos conteúdos. É a chamada gamificação, à qual muitos profissionais de educação estão dedicando sua atenção, primeiro pesquisando e, eventualmente, levando as práticas até a sala de aula. É nesse cenário que foi criado há quatro anos o projeto “GamIFique: Metodologias ativas para alunos da escola pública e suas contribuições para a aprendizagem”, do Campus Muriaé.

No VII Simepe ele foi apresentado pela estudante Stephany de Araújo Oliveira, do 6º período da Licenciatura em Ciências Biológicas. Ela é uma das responsáveis pelo curso de formação oferecido por meio do projeto a professores de escolas públicas de Muriaé para a aplicação de jogos físicos ou on-line em ensino-aprendizagem.

“Acredito muito no engajamento dos alunos a partir da gamificação, porque muitas vezes o aprendizado pode ser desafiador em diversas disciplinas. De forma gamificada, acho que o estudante pode ter ótimos resultados, pois esse processo chama a atenção dele”, avaliou a licencianda.

Xadrez e autoconhecimento

A participação no Clube de Xadrez do Campus Santos Dumont do IF Sudeste MG proporcionou experiências marcantes aos bolsistas Maria Rita de Pádua e Davi Henrique da Costa Santos, estudantes do 3º ano do curso técnico em Eletrotécnica integrado ao Ensino Médio. Eles jogam e ensinam xadrez três vezes por semana no projeto de extensão e têm trajetórias distintas em relação ao esporte.

Maria Rita já praticava antes de estudar no IF e se juntar ao clube. Participar do projeto reforçou o amor pela modalidade e a ajudou na escolha da formação superior que pretende cursar. “O clube é uma das melhores coisas que o IF me proporcionou. Ali eu despertei a vontade de fazer Educação Física, por estar ensinando crianças e jovens. E também fico muito feliz por ajudar a ampliar a participação das meninas no xadrez”, relatou.

Davi, por outro lado, começou a jogar no IF. “Achava o esporte interessante e (com o Clube de Xadrez) também vi uma oportunidade de socialização. Comecei a jogar e me apaixonei. Fui assistindo a vídeos, procurando conhecimento. Minha jornada no IF não seria a mesma se não tivesse participado do projeto”, comentou o concluinte do curso técnico em Eletrotécnica.

As comunidades tradicionais de Bom Sucesso e região


A auxiliar em administração Julimara Paiva, responsável pela Gestão de Pessoas no Campus Bom Sucesso, levou ao VII Simepe um trabalho de notável importância social. Ela coordena um projeto que atua no fortalecimento e formação política em comunidades tradicionais de Bom Sucesso e região.

O mapeamento desenvolvido pelo projeto identificou nove comunidades que podem se identificar como quilombolas, mas que ainda não são certificadas. A certificação pela Fundação Cultural Palmares, conforme lembrou Julimara, é importante porque permitiria o acesso a políticas públicas e assistência jurídica e técnica. Uma reparação histórica que, pela ausência de certificação, ainda não contempla todas as comunidades que teriam direito a ela.

“Já realizamos diversas oficinas”, contou a coordenadora do projeto, que está em atividade desde 2023. “É necessário (para a certificação) reunir as pessoas e identificar-se como uma comunidade quilombola. Precisa partir da própria comunidade, com uma assembleia, uma ata, as assinaturas e o envio da documentação para a Fundação Cultural Palmares”.

Julimara relatou ainda que uma das comunidades mapeadas, no município de São Tiago, já tem um processo avançado para a certificação. A ideia é que o projeto continue atuando em Bom Sucesso e região em 2025.

Da esquerda para a direita: Stephany, Davi e Maria Rita e Julimara

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