29.1.25

 

Maracatu e ancestralidade marcam o palco do Simepe no Campus Juiz de Fora

No primeiro dia do VII Simepe, o auditório do Campus Juiz de Fora do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais foi palco de uma emocionante apresentação do grupo Baque do Vale. Representando o tradicional Maracatu de Baque Virado, a apresentação integrou a programação cultural do Simpósio, trazendo ritmos vibrantes, história e uma conexão profunda com as raízes afro-brasileiras e indígenas.

Uma história de resistência cultural

O grupo Baque do Vale, ativo desde 2010 e vinculado ao Campus Rio Pomba, é fruto de um projeto de extensão que busca preservar e difundir a cultura do Maracatu.  Mariana Martins de Oliveira e Souza, a atual "apito" (a responsável pelo comando rítmico do grupo), compartilhou a trajetória marcada por desafios e conquistas: “ o Maracatu se tornou muito popular fora de Pernambuco. Vários mestres viajam trazendo oficinas e hoje existem grupos em países da Europa”, afirma. 

O som enérgico da ancestralidade


Com o som marcante das alfaias, gonguês, caixas e outros instrumentos tradicionais, o Maracatu de Baque Virado envolve e emociona quem assiste. Mariana explicou que os instrumentos são de origem africana e que os toques e as "loas" (as canções do Maracatu) carregam a identidade de cada nação pernambucana, como Estrela Brilhante e Porto Rico, que inspiram o repertório do grupo. "Se tem alfaias e pano, isso é Maracatu", afirmou ela, destacando o poder simbólico do ritmo.

Quando perguntada sobre o porquê de apresentar-se descalço, Mariana responde que o ato simboliza uma reverência aos escravos que, na época, eram privados de usar calçados. "É uma forma de honrar e reverenciar nossa ancestralidade", explicou Mariana.

A apresentação de hoje foi marcada não apenas pela musicalidade, mas também por uma energia vibrante e contagiante. Apesar dos desafios enfrentados pelo projeto, o Baque do Vale mostrou que o Maracatu é mais do que uma expressão artística: é resistência, história e transformação. Para quem assistiu à apresentação, a experiência foi uma verdadeira imersão cultural, reafirmando a importância de manter viva essa tradição.

Necessidade de apoio

Encerrando sua fala, Mariana fez um apelo para que as comunidades acadêmica e local abracem o Maracatu: "É uma grande oportunidade para os cursos e para o próprio Campus manterem viva essa tradição que conecta cultura, educação e identidade", reflete a artista. Com ensaios realizados às terças e sextas-feiras e o envolvimento constante em eventos regionais, o grupo espera atrair novos integrantes e garantir a continuidade dessa rica manifestação cultural.

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