Formado por pessoas que se
organizam para trabalhar em uma ou mais áreas de estudo, um grupo de pesquisa
pode ser um importante instrumento para o desenvolvimento de projetos. Mas não
basta criá-lo - é necessário atuar, empenhar-se para que a iniciativa se
desenvolva. Este foi o tema da palestra ministrada pela coordenadora da
Pós-graduação em Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa (UFV),
professora Lêda Faroni, na tarde de terça-feira no Simepe.
A palestra, no entanto, não ficou
restrita aos grupos. Lêda compartilhou com alunos e professores do IF Sudeste
MG uma série de experiências de sua carreira de mais de três décadas como
pesquisadora. Em seguida, a professora da UFV ainda concedeu uma entrevista
sobre o assunto. Acompanhe:

Professora Lêda: Eu acho que é mais simples fazer pesquisa. A
informação hoje é muito mais fácil de você obter. Honestamente, é claro que às
vezes você recorre à biblioteca, mas hoje há a informação online. Quero saber o
que está acontecendo, o que está sendo pesquisado lá fora e o que pode ser
aproveitado aqui para nosso país. Acho que o grupo de pesquisa facilitou muito
a nossa vida.
Ascom / IF Sudeste MG: Mas esse acesso praticamente ilimitado à
informação, em sua visão, gera algum risco?
Professora Lêda: Gera se você não souber selecionar a informação.
Sou muito criteriosa nessa seleção - como eu comentei aqui (durante a
palestra), periódicos que eu sei que estão registrados, por exemplo, em base de
dados, como Web of Science, Scielo e Scopus. Se você entra no Google, acha de
tudo, mas nem tudo é confiável. Então, você tem que saber as bases de dados
onde vai buscar suas pesquisas. A primeira coisa, antes de iniciar uma
pesquisa, é pensar: será que vale a pena executar isso? Quem sabe alguém já
fez? Ou, se fez, qual foi o resultado que ele obteve? Será que eu posso
melhorar o resultado? Você pode se basear num trabalho que foi feito e
encontrar outras possibilidades que, com certeza, engrandeceriam aquele
trabalho preliminar.

Professora Lêda: A primeira condição para que um estudante trabalhe
comigo é que as notas dele melhorem. Se elas se mantiverem, eu lhe dou um
tempo. Mas ele tem que melhorar, aprender a programar seu tempo. Não há o
melhor (entre ensino e pesquisa), os dois são prioritários. Mas as notas da
graduação não podem cair.
Ascom / IF Sudeste MG: Existe uma área do conhecimento em que o
Brasil está particularmente mais avançado em suas atividades de pesquisa?
Professora Lêda: Acredito que estamos muito bem na área de
(Ciências) Agrárias e também na de Saúde. Temos que reconhecer que a área de
Saúde é muito forte em nosso país. Mas acho que todas elas têm muito para
crescer.
Ascom / IF Sudeste MG: Quais virtudes você identifica como
fundamentais para um bom pesquisador?
Professora Lêda: Ele deve ser perseverante, responsável, paciente,
criterioso e, principalmente, honesto. Acho que honestidade é fundamental.
Texto e imagens: Daniel Leite
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