Da educação segregada à educação inclusiva: pesquisadora da UFJF fala de inclusão escolar e diversidade
14.9.16
“O deficiente pode aprender”. Esta afirmação, que hoje deve
ser palavra de ordem para educadores, pode parecer óbvia, mas até a década de
70, pensava-se bem diferente. É sobre esta mudança de paradigma e outras tantas,
ainda necessárias, que tratou a professora doutora da Faculdade de Educação da
UFJF, Katiúscia Antunes, em sua palestra “Inclusão escolar e diversidade:
(re)visitando conceitos, (re)significando práticas”.
Na apresentação da tarde desta terça-feira (13), segundo dia
do III Simepe, Katiúscia propôs aos
presentes que pensassem no enfoque que se dá à escola, um ambiente a ser
pensado como lugar onde pessoas com necessidades específicas devem estar. Diferentemente
da visão médico/ clínica predominante há algumas décadas, quando se enxergavam estas
pessoas como “coitadinhos” e incapazes, ela mostrou que o conceito de escola
inclusiva implica uma nova postura da escola regular, que deve assumir-se responsável
por propor ações que favoreçam a inclusão social e práticas educativas
diferenciadas capazes de atender a todos os alunos. E estas ações devem ocorrer
dentro da própria escola, e não retirando-se o aluno dela para um atendimento
“especial”.
“É a valorização da diversidade”, definiu a doutora,
propondo a ideia de uma “via de mão dupla” para a relação entre pessoas com
deficiência e a sociedade: o deficiente deve se adaptar, mas a sociedade também
precisa saber recebe-lo. “Não adianta a gente querer superar situações de
preconceitos estando distante dessas pessoas”, expôs Katiúscia, que já foi pega
de surpresa em sala de aula, ao ver um aluno cego entrar para assistir a uma
apresentação que ela havia preparado, ingenuamente, com recursos visuais.
Assim, é preciso estar preparado. As escolas regulares constituem
os meios mais capazes para combater atitudes discriminatórias, daí a
necessidade de se garantir o acesso de crianças e jovens a ela.
Imagens: Daniel Leite
14/09/2016
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