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Da educação segregada à educação inclusiva: pesquisadora da UFJF fala de inclusão escolar e diversidade


“O deficiente pode aprender”. Esta afirmação, que hoje deve ser palavra de ordem para educadores, pode parecer óbvia, mas até a década de 70, pensava-se bem diferente. É sobre esta mudança de paradigma e outras tantas, ainda necessárias, que tratou a professora doutora da Faculdade de Educação da UFJF, Katiúscia Antunes, em sua palestra “Inclusão escolar e diversidade: (re)visitando conceitos, (re)significando práticas”.

Na apresentação da tarde desta terça-feira (13), segundo dia do III Simepe, Katiúscia propôs  aos presentes que pensassem no enfoque que se dá à escola, um ambiente a ser pensado como lugar onde pessoas com necessidades específicas devem estar. Diferentemente da visão médico/ clínica predominante há algumas décadas, quando se enxergavam estas pessoas como “coitadinhos” e incapazes, ela mostrou que o conceito de escola inclusiva implica uma nova postura da escola regular, que deve assumir-se responsável por propor ações que favoreçam a inclusão social e práticas educativas diferenciadas capazes de atender a todos os alunos. E estas ações devem ocorrer dentro da própria escola, e não retirando-se o aluno dela para um atendimento “especial”.

“É a valorização da diversidade”, definiu a doutora, propondo a ideia de uma “via de mão dupla” para a relação entre pessoas com deficiência e a sociedade: o deficiente deve se adaptar, mas a sociedade também precisa saber recebe-lo. “Não adianta a gente querer superar situações de preconceitos estando distante dessas pessoas”, expôs Katiúscia, que já foi pega de surpresa em sala de aula, ao ver um aluno cego entrar para assistir a uma apresentação que ela havia preparado, ingenuamente, com recursos visuais.

Assim, é preciso estar preparado. As escolas regulares constituem os meios mais capazes para combater atitudes discriminatórias, daí a necessidade de se garantir o acesso de crianças e jovens a ela.
Texto: Elisa Franco
Imagens: Daniel Leite
14/09/2016