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Mesa-redonda explica projetos de pesquisa bem-sucedidos do IF Sudeste MG

Um dos principais aspectos do Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, realizado de hoje a quinta-feira no Campus Juiz de Fora, é o compartilhamento do conhecimento produzido no IF Sudeste MG. Na tarde desta terça-feira (28), uma mesa-redonda no auditório do Centro Administrativo apresentou projetos de pesquisa do IF Sudeste MG que obtiveram grande reconhecimento muito além dos portões de seus campi.
Representado no debate pelo professor Filipe La-Gatta, um de seus coordenadores, o projeto DronIFly, do Campus Juiz de Fora, foi o campeão da Fórmula Drone SAE Brasil, competição de caráter educacional realizada em abril deste ano no campus da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). A equipe conta com 15 estudantes de cursos técnicos integrados ao Ensino Médio e é dividida em quatro setores: Gestão e Marketing; Chassi e Sensoriamento; Processamento de Imagem e Sinais; Pilotagem e Controle de Voo.
O drone é um veículo não tripulado, que dispensa a presença de um piloto para ser guiado e pode registrar imagens aéreas para diferentes aplicações - na Agricultura, por exemplo, é um recurso para avaliar qualidade do plantio e detectar doenças e pragas. O DronIFly está registrado como projeto de pesquisa pelo Campus Juiz de Fora, mas a repercussão não fica restrita ao IF. Pauta de reportagens de diversas emissoras de televisão e capa do jornal Tribuna de Minas, o projeto também ofereceu a seus componentes a oportunidade de participar de eventos e ministrar cursos e palestras.
O professor Filipe destacou que, mesmo ainda no ensino integrado, os estudantes participantes do projeto conseguem executar tarefas complexas, até além das que são inicialmente propostas. De acordo com o docente, "os adolescentes têm uma grande capacidade de resposta, são muito inteligentes e, se estimulados da maneira correta, conseguem conduzir os projetos muito bem". Ele reforçou que, além do ensino, é importante que os professores da instituição promovam a verticalização da pesquisa, de forma que os alunos "já desenvolvam uma base científica a partir do Ensino Médio".
Zootecnista e estudante do Mestrado Profissional em Nutrição e Produção Animal no Campus Rio Pomba do IF Sudeste MG,  Lidiane da Costa Santana compartilhou sua experiência no projeto  “Características sensoriais e intenção de compra de ovos de codorna submetidos a diferentes processos de conservação armazenados por sete dias”.
Orientada pela professora Michele de Oliveira Mendonça, Lidiane foi premiada duas vezes em 2016: no XIV Congresso da Associação Paulista de Avicultura (AVA) de Produção e Comercialização de Ovos, em Ribeirão Preto (SP), e no VI Simpósio Interacional e V Congresso Brasileiro de Coturnicultura, em Lavras (MG), em que obteve a primeira posição na categoria "Outras Áreas". No Simepe, ela descreveu todas as etapas de sua pesquisa, originada ainda na época da produção do Trabalho de Conclusão de Curso, no fim de 2015, quando se graduava em Zootecnia.
No TCC, o trabalho envolveu a caracterização sensorial dos ovos de codorna quando submetidos a diferentes processos de conservação. No VI Simpósio Interacional e V Congresso Brasileiro de Coturnicultura, a apresentação foi referente às conservas armazenadas por sete dias, que foi muito bem avaliada para os ovos de codorna.
O projeto continua rendendo frutos, da aprovação na semana passada de um artigo na Revista Higiene Alimentar, publicação técnico-científica de São Paulo, a propostas de emprego para Lidiane. A estudante vê a pesquisa também como uma forma de oferecer mais visibilidade ao IF Sudeste MG e acredita que mais estudantes, de todas as modalidades, podem e devem investir tempo e conhecimento em projetos dessa natureza.
"Pude trabalhar com estudantes do curso técnico, que ajudaram no manejo das codornas. Foi uma experiência muito gratificante, tanto para mim quanto para eles, na primeira publicação, nos congressos. Eu acredito nessa troca de experiências entre professores, estudantes de graduação e do nível técnico", afirmou, em referência ao início dos estudos, ainda na graduação em Zootecnia.
A experiência de Lidiane mostra, entre outros aspectos, que as oportunidades podem surgir a qualquer momento. Foi o caso da identificação de seu campo específico de estudo. "A escolha do tema do TCC foi difícil porque eu pesquisava em um nicho muito amplo", explicou Lidiane, "mas a ideia de trabalhar com a conservação de ovos surgiu no estágio que eu fazia em uma granja. Conversando com o veterinário, perguntei a ele a viabilidade de uma zootecnista trabalhar com essa questão de conservação, e ele afirmou que era possível".



Texto: Daniel Leite