Mesa-redonda explica projetos de pesquisa bem-sucedidos do IF Sudeste MG
29.11.17
Um dos principais aspectos do Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão,
realizado de hoje a quinta-feira no Campus Juiz de Fora, é o compartilhamento
do conhecimento produzido no IF Sudeste MG. Na tarde desta terça-feira (28),
uma mesa-redonda no auditório do Centro Administrativo apresentou projetos de
pesquisa do IF Sudeste MG que obtiveram grande reconhecimento muito além dos
portões de seus campi.
Representado no debate pelo professor Filipe La-Gatta, um de seus
coordenadores, o projeto DronIFly, do Campus Juiz de Fora, foi o campeão da
Fórmula Drone SAE Brasil, competição de caráter educacional realizada em abril
deste ano no campus da Universidade Federal de Itajubá (Unifei). A equipe conta
com 15 estudantes de cursos técnicos integrados ao Ensino Médio e é dividida em
quatro setores: Gestão e Marketing; Chassi e Sensoriamento; Processamento de
Imagem e Sinais; Pilotagem e Controle de Voo.
O drone é um veículo não tripulado, que dispensa a presença de um piloto
para ser guiado e pode registrar imagens aéreas para diferentes aplicações - na
Agricultura, por exemplo, é um recurso para avaliar qualidade do plantio e
detectar doenças e pragas. O DronIFly está registrado como projeto de pesquisa
pelo Campus Juiz de Fora, mas a repercussão não fica restrita ao IF. Pauta de
reportagens de diversas emissoras de televisão e capa do jornal Tribuna de
Minas, o projeto também ofereceu a seus componentes a oportunidade de
participar de eventos e ministrar cursos e palestras.
O professor Filipe destacou que, mesmo ainda no ensino integrado, os
estudantes participantes do projeto conseguem executar tarefas complexas, até
além das que são inicialmente propostas. De acordo com o docente, "os
adolescentes têm uma grande capacidade de resposta, são muito inteligentes e,
se estimulados da maneira correta, conseguem conduzir os projetos muito
bem". Ele reforçou que, além do ensino, é importante que os professores da
instituição promovam a verticalização da pesquisa, de forma que os alunos
"já desenvolvam uma base científica a partir do Ensino Médio".
Zootecnista e estudante do Mestrado Profissional em Nutrição e Produção
Animal no Campus Rio Pomba do IF Sudeste MG, Lidiane da Costa Santana compartilhou sua
experiência no projeto “Características sensoriais e intenção de compra de
ovos de codorna submetidos a diferentes processos de conservação armazenados
por sete dias”.
Orientada
pela professora Michele de Oliveira Mendonça, Lidiane foi premiada duas vezes
em 2016: no XIV Congresso da Associação Paulista de Avicultura (AVA) de
Produção e Comercialização de Ovos, em Ribeirão Preto (SP), e no VI Simpósio
Interacional e V Congresso Brasileiro de Coturnicultura, em Lavras (MG), em que
obteve a primeira posição na categoria "Outras Áreas". No Simepe, ela
descreveu todas as etapas de sua pesquisa, originada ainda na época da produção
do Trabalho de Conclusão de Curso, no fim de 2015, quando se graduava em
Zootecnia.
No TCC, o trabalho envolveu a caracterização sensorial dos ovos de
codorna quando submetidos a diferentes processos de conservação. No VI Simpósio
Interacional e V Congresso Brasileiro de Coturnicultura, a apresentação foi
referente às conservas armazenadas por sete dias, que foi muito bem avaliada
para os ovos de codorna.
O projeto continua rendendo frutos, da aprovação na semana passada de um
artigo na Revista Higiene Alimentar, publicação técnico-científica de São
Paulo, a propostas de emprego para Lidiane. A estudante vê a pesquisa também
como uma forma de oferecer mais visibilidade ao IF Sudeste MG e acredita que mais
estudantes, de todas as modalidades, podem e devem investir tempo e
conhecimento em projetos dessa natureza.
"Pude trabalhar com estudantes do curso técnico, que ajudaram no
manejo das codornas. Foi uma experiência muito gratificante, tanto para mim quanto
para eles, na primeira publicação, nos congressos. Eu acredito nessa troca de
experiências entre professores, estudantes de graduação e do nível
técnico", afirmou, em referência ao início dos estudos, ainda na graduação
em Zootecnia.
A experiência de Lidiane mostra, entre outros aspectos, que as
oportunidades podem surgir a qualquer momento. Foi o caso da identificação de
seu campo específico de estudo. "A escolha do tema do TCC foi difícil
porque eu pesquisava em um nicho muito amplo", explicou Lidiane, "mas
a ideia de trabalhar com a conservação de ovos surgiu no estágio que eu fazia
em uma granja. Conversando com o veterinário, perguntei a ele a viabilidade de
uma zootecnista trabalhar com essa questão de conservação, e ele afirmou que
era possível".
Texto: Daniel Leite
0 comments