Estar em um curso de graduação é ver frequentemente
professores incentivando o desenvolvimento de pesquisas. Os argumentos para
tentar convencer os alunos da importância deste tipo de projeto acadêmico
variam desde a formação de currículo até a preparação para o mercado de
trabalho. Para que este discurso não ficasse apenas na voz dos docentes da
instituição, a organização do Simepe convidou a pesquisadora do Centro de
Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) – Ciência, Tecnologia e Inovação, Sofia
Daher, para apresentar dados sobre a inserção de pós-graduados no mercado de
trabalho. Ela fez parte da programação do evento no dia 29.

Sofia mostrou que o número de pós-graduados em cursos
stricto sensu no Brasil aumentou consideravelmente de 1996 a 2014. O quantitativo de
mestres saiu de 10.482 para 50.200 neste período. Apesar do crescimento, o
número ainda é pequeno se comparado a outros países na relação pós-graduado por
100 habitantes. Nesta proporção, o Brasil apresenta 7,6 mestres e doutores, já
o Reino Unido tem índice de 17 e a Turquia 11. “Não podemos nos comparar a
países desenvolvidos e que já têm uma tradição na pós-graduação, como é o caso
do Reino Unido, que tem índice de 41 mestres e doutores por 100 habitantes. Mas
podemos ver que estamos atrás de outras nações que estão em situação econômica
semelhante a nossa”.
A pesquisa desenvolvida pelo CGEE mostrou que grande parte
dos mestres e doutores estão empregados na administração pública federal. “Isto
é natural, uma vez que a maioria das instituições de ensino superior se encaixa
neste quesito. É onde formamos os novos profissionais”. Mas eles não estão
somente neste ramo, estando presentes também na área privada, tanto de ensino
como na indústria da transformação e atividades financeiras.
PIBIC
A pesquisa buscou informações sobre os estudantes que
fizeram parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).
O levantamento mostrou que a maioria daqueles que fizeram pesquisas durante a
faculdade continuaram os estudos em cursos de pós-graduação e conseguiram uma
boa inserção no mercado de trabalho. “Os números mostram que as pessoas que
passaram pelo PIBIC têm salários mais altos”.
Diante dos números obtidos com a pesquisa, Sofia concluiu
que “o PIBIC é um programa de baixo custo para o governo, mas que tem um
impacto muito positivo na sociedade. Faz muita diferença lá na frente”.
Texto: Lidiane Souza
Fotos: Louise Moraes