Pesquisadores tiram dúvidas sobre obtenção de financiamento para projetos
10.11.15
O professor tem uma ideia e sabe
como executá-la, mas ainda precisa do apoio de um agente financiador para
implementar seu projeto. A situação, tão comum no universo da pesquisa, foi
abordada em mesa-redonda na manhã desta terça-feira (10), no Simepe. Os
professores Antônio Natali e Rossana Melo, respectivamente das Universidades
Federais de Viçosa (UFV) e Juiz de Fora (UFJF), esclareceram as dúvidas do
público sobre quais são as melhores práticas para a obtenção do financiamento
para um projeto.
Membro da Câmara de Ciências
Biológicas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
(Fapemig), Rossana citou diversos fatores que podem ser determinantes, como a
viabilidade da proposta e a construção de uma equipe hábil para a elaboração do
projeto. A professora da UFJF ainda destacou como fundamental a capacidade do
pesquisador de identificar seu nicho, ou seja, aquele tema específico no qual
ele consegue formular um problema científico claro e pertinente.
"A pergunta (a ser
respondida) em seu projeto precisa ser clara. Em avaliações este ano (na
Fapemig), a maioria não definiu bem. O ponto não é o objetivo, mas a pergunta
que não está bem estabelecida. É necessário pensar nessa questão com
carinho", alertou a professora Rossana.
Diretor científico da Fundação
Arthur Bernardes (Funarbe), vinculada à UFV, o professor Antônio Natali tratou
do apoio a pesquisadores da universidade. Por meio do trabalho exercido pela
fundação, os professores podem se dedicar sobretudo ao projeto propriamente
dito, considerando que as questões administrativas ficam por conta da Funarbe.
Antônio também sugeriu que os
pesquisadores não fiquem restritos à busca de agentes financiadores locais,
ressaltando que, além do ótimo trabalho conduzido pelas entidades de apoio
brasileiras, existem diversos órgãos internacionais que prestam assistência aos
professores em seus projetos, desde que eles sejam de fato relevantes. "Não
se deve fazer pesquisa simplesmente para publicar artigos. É necessário
impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico do país",
acrescentou.
Texto e imagens: Daniel Leite
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