Pular para o conteúdo principal

Servidoras de Institutos Federais debatem desafios e perspectivas de inclusão na Rede

Promover uma educação verdadeiramente inclusiva não é simples. Mais do que os recursos e servidores capacitados, é necessário mobilizar todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente no eixo ensino-aprendizagem para garantir que uma instituição seja de fato acessível a qualquer estudante. Os desafios e perspectivas relativos à inclusão na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foram debatidos na manhã desta quarta-feira, no Ginásio Poliesportivo do Campus Juiz de Fora, no segundo dia do Simepe.
A coordenadora de Ações Inclusivas do IF Sudeste MG, Wanessa Oliveira, recebeu para a mesa-redonda as professoras Fernanda Machado, do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), e Sirley Brandão, do Instituto Federal Fluminense (IFF). A apresentação inicial ficou por conta da professora Fernanda, que compartilhou seu ponto de vista sobre o assunto e a experiência vivenciada por ela enquanto gestora de Ações Inclusivas da instituição do Rio Grande do Sul.
Atualmente, o IFFar presta atendimento educacional especializado a 58 estudantes. A professora explicou que alguns dos grandes desafios dizem respeito ao orçamento destinado a essa área, que eventualmente pode sofrer ajustes, e o diagnóstico das necessidades especiais. "Às vezes você demora mais de um semestre para identificar (a partir dos relatos dos professores), por exemplo, se um estudante precisa do atendimento especializado ou se tem apenas uma dificuldade (circunstancial) de aprendizado", comentou.
Coordenadora do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais (Napnee) no Campus Centro (Campos dos Goytacazes) do IFF, Sirley Brandão relatou que o setor trabalha em projetos de pesquisa e extensão para garantir acessibilidade aos estudantes.
Elaboração de material didático adaptado a surdos e deficientes visuais, confecção de mapas táteis para o ensino de História e Geografia, exposição tridimensional para o estudo de Ciências e a formação continuada de servidores e da comunidade externa - em Língua Brasileira de Sinais e Braille, por exemplo - estão entre as principais ações promovidas por esses projetos.

Consciência institucional
"A acessibilidade mais importante é a de atitude", afirmou a professora Sirley, "porque, se você aceita esse estudante como uma pessoa que tem direito de ser bem recebida, consegue se adaptar e (criar soluções para) vencer as limitações, como a arquitetônica". Para a coordenadora de Ações Inclusivas do IF Sudeste MG, Wanessa Oliveira, "as falas (da manhã desta quarta-feira) foram muito ricas e complementares, com Fernanda apresentando a perspectiva da gestão e Sirley tratando mais do convívio diário e prático com os estudantes".
Entre os aspectos comentados na etapa de perguntas do público, a professora Fernanda destacou ainda a importância da conscientização institucional em torno da inclusão e do respeito a todos os estudantes que pertencem a algum grupo minoritário. A ideia é estabelecer uma política de "não violência" para que haja, de fato, uma cultura inclusiva na instituição compartilhada por todos os alunos e servidores.
Texto: Daniel Leite
Fotos: Louise Moraes